01-11-2009, 15:52
Já saiu o novo livro do Astérix, a celebrar os 50 anos da criação do personagem. Depois de o ter lido (o que a paciência permitiu) nem sei o que diga... se os anteriores já estavam embaraçosamente maus, este consegue ir ainda mais longe.
Mas para mim, ainda pior que o livro em si, e acreditem que isso já é dizer muito, é a carta inicial do Uderzo aos fãs, escrita como Astérix. Lá diz que quando o Goscinny morreu em 1977 houve muita gente a dizer que o Astérix também morreria, mas que o Uderzo aceitou o desafio de continuar os livros sozinhos e que hoje a aposta tinha sido ganha. Ou o homem está completamente senil e não tem consciência da [Susana, arranjas uma palavra para pôr aqui?] que estes livros recentes são, ou - e isto é mais provável - o homem vive rodeado de pessoal que não tem coragem de lhe dizer a verdade e que o mantém na ilusão de que tem um pingo de talento para lá do desenho.
Regra geral não concordo com queimas de livros, mas no caso deste abro uma excepção. Seria melhor que este livro (e já agora os três ou quatro últimos do Astérix) fossem queimados até à última cópia, e que se fingisse que nunca tinham chegado a existir. Tal como o Brian May e o Roger Taylor devem ter pena de o Freddie Mercury ter sido cremado, que assim não o podem desenterrar, embalsamar e levar para os concertos, também o Uderzo insiste em conspurcar o legado do Goscinny. Do mal o menos, este deve ser mesmo o último livro dele.